quarta-feira, 1 de maio de 2013

Rock para curtir na Fernão Dias

Rock na Fernão Dias - Por Mariana Salimena.

Uma  surpresa nem sempre agrada. Ainda mais quando estamos falando dos rabugentos fãs do rock pesado. O Megadeth apresentou uma surpresa com seu single "Super Collider". E muitos chatinhos torceram o nariz para a banda, argumento de que a música não tem muito a ver com o velho Megadeth, que sempre explorou  letras apocalípticas no trash, ou no speed metal (o rock pesado e rápido mesmo, chega de rótulos idiotas). E a reclamação dos fãs vem do fato da nova música ter uma atitude diferente, que só apareceu em alguns momentos específicos na carreira da banda.

O que é diferente naturalmente gera estranhamento, mas acredito que aos poucos a rabugentice vai se transformando em admiração. Mas para isso acontecer, estes fãs insatisfeitos devem escutá-la deixando de compará-la com o que o Megadeth já fez. "Super Collider" deve ser curtida como se fosse o lançamento de uma banda desconhecida, evitando comparações e pressões.

É uma pena deixamos de apreciar uma música pelo fato desta não parecer muito com o Megadeth das antigas. Isso porque a música é rocão de primeira! Forte com um refrão marcante, talvez pop. Guitarras com bons timbres, batera moendo, baixão pesado e uma voz rouca de um Mustaine empolgado. Aliás a voz do cara está ótima, é interessante reparar sua rouquidão se misturando com o overdrive das guitarras em "Super Collider". E falando de guitarras, elas estão mais contidas nesta música, mas isso não quer dizer que estejam ruins, pelo contrário, estão simples, com arranjos básicos e economizando na fritação (solos rápidos e distorcidos em que não escutamos nenhuma nota). Isso é positivo, queremos escutar as cordas da guitarra e diferenciar as notas uma das outras! Nota dez então para as guitarras de Dave Mustaine e Chris Boderick. Na batera, Shawn Drover trabalhou muito bem seus bumbos, principalmente nas estrofes. O baixo de Davide Ellefson não faz nada de brilhante, faz o apenas o que deveria ser feito, ou seja, contribui para dar peso a música.

Na letra, não encontramos nada de mais, fica nesta ideia: "Você está meio cabisbaixo, vamos pegar a estrada e levantar este astral, vamos explodir". E isso pode ser interpretado dependendo do gosto do freguês. O certo é que a música não traz nenhuma questão filosófica profunda para se refletir. "Super Collider" é um rocão para se curtir naquela viagem entre Sul de Minas e São Paulo, no momento que você pega a Fernão Dias e pode acelerar mais um pouco seu carro e abrir os vidros para sentir o vento batendo em seus cabelos sujos. É uma música fácil de ser digerida, poderia estar em uma trilha sonora de um filme da sessão da tarde, ou até mesmo tocar em rádios populares. Qualquer um pode gostar de "Super Collider", você, seu pai, sua mãe e seu poodle. Só quem não gosta são os rabugentos que vão cortar os pulsos porque o Megadeth não falou de Lúcifer desta vez, ou não foi tão "trash" quanto o Metallica. Mas para estes restam a esperança, afinal de contas daqui  a 33 dias, o Megadeth lança o novo disco, quem sabe lá estes chatos terão uma palavrinha do capeta.

Confiram "Super Collider".

           

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