sábado, 27 de julho de 2013

O Messias vem aí: a profecia do rock nacional

Eu tive um treco, um delírio, um contratempo,cismei que fui para o céu contente. E lá, Deus me falou que eu sou profeta do rock and roll e disse: "Meu filho, volte para terra e profetize a boa nova". E a boa nova é sobre o messias do rock nacional. Sim, estou dando uma de Mãe Dinah, de médium, de guru, de profeta e de sei lá o quê. Só sei que o messias do rock nacional será do mainstream. Ele vai acabar com a mentalidade covarde dos roqueiros que não lutam pelo espaço na grande mídia. Mas antes de apresentar como isso se dará (a profecia), vou  fazer brainstorm...

Sabemos que os roqueiros brasileiros deste século preferem ficar no tal "underground", pois soa mais chique, mais cool, mais hipster - na verdade isso é uma desculpa de aleijado. É claro que o roqueiro brasileiro foi amputado pelo jabá da concorrência e de certas ideias absurdas de que o brasileiro não curte rock, prefere o banquinho-violão ou as estéticas sonoras do universotário, do funk-regina-casé entre outros absurdos sonoros tupiniquins. Mas isso não justifica o roqueiro nacional de hoje ser um cabação.

Nos anos 60, a aclamada Elis Regina era a concorrência do rock. A desgraçada contribuiu para a idiota passeata contra a guitarra elétrica. Babacas como ela viam a guitarra (consequententemente o rock) como uma espécie de braço do imperialismo norte-americano e que a verdadeira música brasileira não pode ser feita com instrumentos e ritmos vindos da América evoluída. Estas ideias dos comunitóides da MPB de certa forma caparam o rock nacional, que mesmo assim sobreviveu  através dos messias da Jovem Guarda, que foi macha e marcou seu espaço no mainstreen, ocupando bons horários na programação televisiva nacional. Coisa que não acontece hoje.

Outros que mijaram no poste e marcaram território foram os roqueiros dos anos 80. Até hoje o brasileiro que gosta do rock nacional é víúva de caras como Renato Russo e Cazuza. E para consolar os enlutados são criadas as chatíssimas baladas "ploc", que tentam ressuscitar estes messias lembrando da última época em que o rock nacional esteve no mainstream.

Enquanto nos anos 80, o rock estava no Bolinha, Faustão e Chacrinha o rock nacional de hoje está onde? Tocando em becos pseudo-cults de Pernambuco, em galpões sujos na Lapa e em bares decadentes de neuróticos do heavy metal em Juiz de Fora. O pior que os roqueiros de hoje acham isso legal, bonito. Eles não param para pensar que enquanto eles estão em seu casulos, o Michel Teló, o Luan Santana e o Gustavo Lima estão comendo as mulheres mais gostosas do Brasil. E por quê? Porque eles estão no mainstream. O roqueiro brasileiro é covarde, não luta pelo maintreen, preferem a chiqueza da decadência, da melancolia. E o resultado disso é que roqueiro nacional não come ninguém, não ganha dinheiro e vai morrer de cirrose se achando o mártir do gênero (fim do brainstorm).

Mas essa postura vai mudar, pois Deus me disse que o próximo messias vai acabar com esta mentalidade Jeca Tatu do rock nacional. E como ele vai fazer isso? Com carisma, rock-blues e letras que causem identificação nas pessoas. Canções sobre casos reais de amor e situações cotidianas como festas, noites mal dormidas, conversas de bar, breguices e angústias comuns ao brasileiro.

Isso basta para entrar no mainstream? Não, o nosso messias vai carregar a cruz de bater em porta em porta de emissoras de rádio e de TV. Mas vai conseguir tocar na rádio ou na TV depois de se sacrificar comendo uma gorda nojenta que produz ou dirige algum programa de uma emissora líder de audiência. Talvez nosso messias tenha que comer Marlene Matos ou Lucimara Parisi.

Mas o sacrifício vai ser recompensado. Após tocar uma vez na tal emissora, ele vai poder desfrutar de Ellen Roche, Sheilla Carvalho, Maitê Proença e todas as mulheres frutas que ele imaginar. Ah, o nosso Messias vai estar no EGO. Vai aparecer a seguinte manchete. "Messias janta com ex de Malvino Salvador".

Estando nas páginas de fofoca ele consegue aumentar sua popularidade e participa do "Arquivo Confidencial" do Faustão. E sem nenhuma vergonha de estar tocando para todas as classes sociais e de estar rimando amor com dor, vai lançar seu disco cantando cercado pelas bailarinas delícias do ex-esférico apresentador. Vai fazer tipo o Leonardo, mas com boas músicas. Músicas fodas, repletas de solos de blues. E assim o brasileiro comum vai finalmente se render à guitarra elétrica.

O nosso messias vai aparecer no Instagram em uma balada louca em Ibiza com o Neymar. Ele vai ter o amor pelo dinheiro, vai descobrir que o dinheiro compra amor verdadeiro ao saber que Barbara Mori está apaixonada por ele - nessa fase ele já vai estar consagrado em seu quinto disco chamado "Messias do Rock".

Já no sétimo disco - um rock blues fodalhão cantando em espanhol com Alejandro Sanz- ele vai ser convidado para o "Medida Certa" do Fantástico. Depois de dois anos de casado e uma longa pausa na turnê, o messias ganha uma pança, mas nada que 3 milhões não resolva (detalhe, o disco de rockblues com o Alejandro Sanz ganhará o Grammy Latino).

Neste tempo o cenário cultural já vai ter passado pela revolução que ele criou ao se sacrificar (comer a produtora). Teremos rock de qualidade em nossas rádios. Maria Gadú, Caetano, Chico, Los Hermanos e Sambô tocarão apenas nos auto-falantes de lojas de conveniência e elevadores de prédios comerciais. O arrocha e o funk-ixquenta serão nuvens passageiras. O rock terá caído nas graças da população brasileira. Um peão qualquer vai saber diferenciar o som de uma gibson em relação a uma fender.

Ah, o melhor da história, estava quase me esquecendo. Deus me falou que o profeta e o messias podem ser a mesma pessoa.


O ROCK NACIONAL TEM QUE TOMAR O MAINSTREAM, MIJAR E MARCAR TERRITÓRIO.

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